“A paz espiritual só é alcançada pelo sentimento de união com Deus. Quando se afasta de Deus, o homem se sente triste e solitário”
Allah foi me guiando para me converter ao Islã
Trabalhava fora do Brasil e em contato com muitas pessoas de diversas nacionalidades e culturas, foi difícil me acostumar com diferenças entre nós e ao mesmo tempo foi encantador.
Entre os muitos estrangeiros com que convivi alguns deles me chamaram a atenção, principalmente em relação como eles tratavam as pessoas. Até então não tinha encontrado pessoas de coração tão puro e dispostos a ajudar o próximo, isso me despertou certa curiosidade e logo me aproximei em busca de conhecer um pouco mais eles.
Depois de um tempo descobri que eram muçulmanos, mas até então eu nem sabia o que era isso direito, não me lembro de ter tido nenhum contato ou curiosidade sobre tal coisa antes na vida, só me lembro de que sempre achei bonito as mulheres usarem o véu, mas na verdade eu mal sabia o que aquilo significava.
E foi através de uma pessoa em especial que conheci a religião do Islam, era meu chefe.
Tínhamos uma equipe pequena e nos tornamos amigos, logo ele estava tentando me explicar as muitas diferenças entre “nós” e “eles”. Tudo aquilo me encantou demais, mesmo não entendendo muito bem o que ele dizia, me despertou uma curiosidade enorme.
“Maomé” ou Muhammad ﷺ?
Depois de ter cumprido com o contrato na empresa entrei de férias e finalmente voltei ao Brasil. Chegando em casa a primeira coisa que fiz foi sentar em frente ao computador e dar início a uma pesquisa, que mal eu sabia que mudaria tanto minha vida.
Alguns links que encontrei falavam muito sobre “Maomé”, mas afinal quem era esse tal de “Maomé”, quem era Allah? Hoje sei que o nome correto não era “Maomé” e sim Muhammad (que a paz e a bênção esteja sobre ele)! Foram essas perguntas que me fizeram buscar mais e mais conteúdos sobre aquele mundo novo. Me lembro muito bem de dividir a pesquisa com uma amiga, e a cada novo artigo que lia, cada nova história que descobria sobre essa religião -que me parecia tão diferente e ao mesmo tempo tão incrível- era um entusiasmo que eu não consegui encontrar uma maneira de explicar com quaisquer palavras.
O Islã sempre esteve em meu coração
Eu tive o primeiro conflito dentro de casa, mal sabia o que era tudo aquilo. Eu fui acusada de estar traindo a Deus, e jogando fora tudo o que tinha me sido ensinado por toda a vida. Essas acusações não me fizeram parar de querer saber sobre o Islam,pelo contrário, me deixou ainda mais curiosa e intrigada com tudo aquilo que estava conhecendo.
Logo fui me identificando em vários aspectos. Sentia como se tudo aquilo que eu estava aprendendo, que estava lendo e conhecendo sobre o Islam já estivesse dentro de mim, desde sempre, mas eu mesma não sabia.
Foi como um amor à primeira vista. Eu vivia um tempo de total infelicidade e vazio em minha vida, mesmo tendo uma situação financeira estável, mesmo tendo basicamente tudo o que queria e precisava, nada daquilo me fazia sentir completa, nada daquilo me trazia verdadeira alegria.
Os primeiros contatos, os primeiros livros que li sobre o Islam, me trouxeram uma certeza de que era aquilo que eu estive procurando desde que me afastei do cristianismo, eu tinha apenas 20 anos, e estava “no auge”, porém vivia uma vida de ilusões e fantasias… conhecer o Islam me trouxe de volta para a realidade, me fez saber o real motivo de estarmos neste mundo, me fez saber a real missão que temos aqui.
A primeira vez que entrei numa mesquita
Foi bem antes de tudo isso acontecer, estava em Casablanca, no Marrocos, num dia de passeio resolvemos ir até a famosa mesquita, me lembro com perfeita exatidão como me senti olhando aquela imensidão, aquelas paredes TÃO lindas e aquelas pessoas, tudo tão diferente, mas tinha algo por trás daquilo tudo, algo que eu só descobri mais tarde. Esse algo era o chamado de Deus para que eu aceitasse o Islam.
Eu não podia negar que tudo aquilo estava mexendo demais com meu coração e minha vida, logo me vi mudando muitas atitudes, o modo de vestir, de tratar as pessoas, de viver… Dei continuidade aos estudos sobre a religião pelos 3 anos seguintes, e a cada dia eu me sentia mais segura e tinha mais certeza de que só existia uma verdade, uma escolha, um caminho e esse caminho era o Islam. Durante esses 3 anos, conheci algumas muçulmanas, procurei desesperadamente por alguém, alguma muçulmana que pudesse me orientar e ajudar, logo elas foram surgindo de maneira que nem eu sei como explicar, mas quando me dei conta elas estavam ali, e eu estava completamente tocada e mudada pelo poder e pela soberania do Islã.
Minha decisão de me converter para o Islã
Aquela vida que levava já não me pertencia e eu precisava fazer algo pra mudar, algo que eu sabia exatamente o que era… Declarar com todo o meu coração que não existe outro deus além de Allah e que Muhammad ﷺ é o seu servo e mensageiro. Foi então em Fevereiro durante um encontro numa mesquita de uma cidade um pouco longe da minha que decidi me converter para o Islã e fiz finalmente o meu testemunho de fé.
Ainda não consigo explicar a emoção que senti naquele momento, e não tenho dúvidas que aquela foi a melhor frase que já disse em toda a minha vida, que aquela foi a melhor decisão e que aquele foi o melhor dia de toda a minha vida, o dia em que Deus me deu uma nova chance, uma nova oportunidade de recomeçar.
Amor, esperança e muito aprendizado
A partir desse dia não foram só alegrias, tive e ainda tenho alguns momentos complicados, não por ter incerteza do que fiz, jamais, a certeza continua aqui de que foi a melhor escolha, mas a dificuldade veio com lidar com as pessoas, amigos, familiares e etc.
Eu já vinha me preparando há alguns anos para essa mudança, mas as pessoas ao meu redor não estavam preparadas. Isso me causou e hoje ainda causa certos conflitos familiares, mas todos já entenderam que eu não fiz uma escolha sem pensar, agora sabem e aceitam que há uma muçulmana em suas vidas. Por conta dessa escolha, por ter me convertido para o Islã, também perdi amigos de infância que não souberam lidar com o fato de que a “Bruna” abriu mão de muitas coisas pela religião e por Allah.
Fazem exatamente 2 anos desde que me tornei muçulmana, desde que converti ao Islã, Esses dois anos foram de muito aprendizado, muita dedicação e ensino sobre muitos aspectos da vida.
Hoje me sinto completa, sem necessidades fúteis, sem precisar provar nada para as pessoas, sem precisar da aceitação das pessoas. Tenho dedicado minha vida a estudar o Islã e me tornar uma melhor mulher e muçulmana a cada dia. Não é uma tarefa fácil, pois estamos expostos a tentações e desvios diários.
Meu amor por Allah é maior que tudo
O amor que tenho por Allah é muito maior do que qualquer coisa que há neste mundo! As pessoas se acostumaram, os vizinhos já não olham estranho, o mercadinho e a padaria já sabem que existe uma muçulmana no bairro, e que ela não é árabe, nem veio de “lá”. Fora do bairro, o assédio é sim, muito grande e sou parada constantemente na rua por estar vestida islamicamente correta, mas isso me traz um orgulho muito grande, poder falar do Islã, apresentar toda a beleza que vi e vejo cada dia que passa, nos trás um sentimento inexplicável.
“O Islã é sem dúvida a paz que meu coração procurava, é um modo completo de vida e está ligado em todas as partes das nossas vidas, nos trazendo benefícios por todos os lados.”
O Islã hoje é a certeza de que essa vida não é em vão, mas que temos que nos preparar e buscar fazer sempre o melhor para agradar ao Senhor, agradar ao Criador dos mundos, e isso é um prazer inexplicável. Esse foi um resumo da minha história de conversão ao Islã, espero poder ajudar e contribuindo com aqueles que procuram por orientação e desejam encontrar a verdadeira paz, e também se converter para o Islã. Que a paz de Deus esteja com vocês e toda e seus familiares.
Por: Bruna S., 28 anos, Santos, Brasil