«Verdadeiramente, na lembrança de Deus o coração encontra descanso.» [Sagrado Alcorão 13:28]
Bom, a minha família toda é Testemunha de Jeová, e eu nasci na igreja, não cheguei a me batizar, mas frequentei até os 18 anos, participava regularmente, fazia pregação de casa em casa, como tantos que se vê nas ruas nas manhãs dos fins de semana!
Algo que desse sentido a minha vida
Nunca me senti completa lá, eu sentia que a minha fé não era completa, eu tinha dúvidas que se eu perguntasse iriam pensar que eu estava blasfemando contra eles! Eu não entendia porque Jesus, (Que a paz e bênçãos estejam com ele), era considerado filho de Deus se ele foi criado como qualquer outra criatura, como poderia ser filho de Deus? E porque ele teve que morrer para que as pessoas fossem perdoadas pelo pecado original de Adão que a paz esteja sobre ele, sendo ele um servo de Deus e mensageiro de Deus, mas era uma criatura, como poderia assumir o pecado do mundo e de outras pessoas? E muitas pessoas também naquela época não vivam em pecado, umas sim e outras não! Então em minha mente não fazia sentido alguém morrer para perdoar o mundo do pecado.
Após meu casamento parei de frequentar a igreja. Fiquei assim uns 5 anos, visitava a igreja de vez em quando. Tempos depois eu sofri a perda da minha mãe, ela faleceu de câncer! Foi muito difícil e dolorido para mim! Realmente fiquei muito abalada por ela ter morrido! Como disse antes ela era testemunha de Jeová!
Estava em busca de algo sincero
Então eu comecei a pensar que após ela ter partido, eu poderia procurar uma religião que eu me interessasse por sinceridade, que me atraísse de coração e não somente para agradar alguém!Eu fui buscar informações em revistas, bibliotecas, livros jornais. E comecei a pesquisar algumas religiões que conhecia de nome mas não sabia como eram, eu sentia muita curiosidade. Dentre tais religiões, encontrei assuntos sobre o espiritismo kardecista, sobre a umbanda, e sobre a Religião do Islam. O espiritismo eu não senti desejo em aprofundar muito porque eu não acreditava muito naquelas crenças de encarnação etc. A umbanda eu me interessei, mas acho que eu estava num momento de fraqueza e a umbanda realmente me atraiu, mas eu sabia que se eu decidisse praticar aquela crença, eu teria que estar ciente que eu estaria mexendo com coisas “pesadas”, e como eu amava Deus, aquela não era a minha vontade real diante dele, decidi procurar por algo mais além que me fizesse sentir o amor de Deus mais próximo de mim e principalmente meu amor por ele!
Minha vontade de sentir o amor de Deus
Foi quando eu comecei a ler mais sobre a Religião do Islã e achei muito diferente de tudo que eu já tinha visto. Eu sempre gostei da cultura árabe, do idioma, e depois da novela O Clone, eu como muitas pessoas começamos a conhecer mais a religião do Islã. Esse foi o meu primeiro contato com a religião do islã antes da morte da minha mãe, eu tinha tinha 13 anos na época da novela! Mas eu sempre procura alguma maneira de pesquisar mais sobre a religião do Islam, visitava na biblioteca e lia o Sagrado Alcorão que tinha lá, achava lindo as mulheres as roupas islâmicas, se preservarem para o marido, mas eu nunca fui muito além disso porque sabia que a minha mãe iria se decepcionar comigo se eu deixasse a religião que ela praticava. Então eu frequentava a igreja contra minha vontade, mas por respeito a ela e a minha família!
Criando coragem para seguir meu coração
Mas depois que ela faleceu eu criei coragem, como disse anteriormente fui procurar algo que guiasse meu coração para junto de Deus como eu desejava. Eu queria sentir uma fé forte e mais sincera, com uma prática que eu tivesse a certeza que estava correta para agradar a Deus e não as criaturas.
E eu estava pesquisando com todas as publicações de livros e revistas das testemunhas de Jeová, e num deles tinha um resumo de várias religiões, contando como surgiu, as crenças, os dogmas, e eu fui direto verificar o que dizia sobre a Religião do Islã!
E logo no início do texto tinha o capítulo de abertura ao Alcorão, eu senti uma emoção muito grande, quando li!
A fé entrando em meu coração
Fui lendo sobre o Profeta Muhammad (Que a paz e bênçãos estejam com ele), sobre os pilares, sobre as crenças, e li um versículo do Alcorão sobre o Paraíso, e um versículo sobre o Inferno! E pensei: “Uau! Se isso não for a verdade, eu não acredito em mais nada!”
E quando li sobre o Profeta Muhammad ﷺ, eu pensei: “Esse homem não poderia estar mentindo com palavras tão verdadeiras! Ele colocou a própria vida em risco por essa missão, então só pode ser a verdade!”
E nesse momento acho eu, foi que Allah me guiou! Eu demorei um tempo ainda para me converter para o Islã, mas daquele momento em diante eu sabia no meu coração que a verdade estava na religião do Islã!
No final do resumo que li o último versículo revelado, que Allah diz que a religião estava completa, que o Islã é a religião certa! E eu acreditei de todo meu coração! Me arrepiava ler aquilo!
Eu copiei todo o resumo num caderno e até hoje eu guardo as folhas de lembrança!
Decisão de me converter ao Islã
Eu fiquei um ano alimentando a ideia de me converter para o Islã. Pensando bem porque o meu marido e a minha família não iriam aceitar muito bem essa minha escolha de conversão ao Islã. Foi quando eu li um texto no facebook de uma página islâmica e vi um comentário de uma irmã falando sobre a mesquita de São Bernardo, por um breve momento lembrei que aqui na cidade onde moro havia uma mesquita!
Então fui procurar uma maneira de visitar essas mesquita! Entrei em contato com essa irmã, tirei algumas dúvidas e ela me informou o número de telefone do centro islâmico que ficava ao lado essa mesquita! Eu liguei para lá, falei com a secretária, ela disse que eu poderia fazer uma visita para conhecer, e no mesmo dia eu fui! Me senti muito bem, fui muito bem acolhida, me receberam com muito amor! Me senti em paz, uma paz realmente divina! Tirei muita dúvidas aprendi mais sobre a crença Islâmica, comecei a frequentar a mesquitas nos sermões de sexta-feira, fui me adaptando, aprendendo como usar o lenço, como me comportar como uma muçulmana e então decidi me converter para o Islã. Pronunciei a minha shahada (testemunho de fé).Graças a Deus!
Meus primeiros passos no Islã
No início foi difícil, minha família e meu esposo, não aceitaram bem a minha conversão para Islã. Eles diziam e até pensavam que algum homem havia me influenciado a me converter ao Islã. Muitas vezes disseram que eu iria me tornar uma terrorista! Meu esposo sentiu um desespero tão grande por eu ter me convertido para o Islã, que pegou tudo o que eu tinha e jogou no lixo! Minhas roupas, meus tapetes de oração, meu véu, meu Alcorão em árabe! Eu fiquei bem assustada com aquele ato e fui correndo revirar o lixo para procurar tudo que havia o nome de Allah. Porque era meu dever como muçulmana preservar o nome do meu criador! Peguei tudo que meu esposo havia jogado fora. E olhei para cima ele está na sacada do apartamento olhando para mim. Graças a Deus! Naquele momento eu decidi que Allah era maior que tudo.
Confiança em Allah
Então dias depois eu pedi a separação. Minha família se afastou de mim, quase não me procuram! Apenas quando é necessário! Mas de alguma maneira eu ganhei uma nova família! Conheci irmãs muçulmanas maravilhosas e me casei novamente, encontrei um bom esposo, muçulmano muito religioso! Ele tem me ajudado e me orienta muito sobre a religião. Eu não me arrependo em nenhum momento de ter me convertido para o Islam.
Sou feliz por ser muçulmana
Eu agradeço todos os dias por Allah ter enviado de volta para o islã. Porque eu soube que nascemos muçulmanos. Então eu voltei para o início, para o meu criador Allah! Eu suplico que toda a minha família e todos aqueles que forem merecedores, que sejam guiados também. Eu me sinto extremamente feliz quando alguém me parar na rua para me perguntar sobre O Islã, eu os atendo com amor e respeito da mesma maneira que fui recebida no Islã por meus irmãos muçulmanos. Graças a Allah hoje eu tenho uma nova vida! As vezes passamos por testes, mas hoje sei que essa é a vontade de Allah e tudo vale a pena quando se confia nele! Me sinto bem em saber que estou na senda reta!
Por: Ana Paula, São Bernardo do Campo, Brazil